Dez anos depois do surgimento dos coworkings no Brasil, novas tendências chegam no mercado, como a segmentação e a adesão de empresas ao modelo
Coworkings: Cerca de dez anos depois do primeiro coworking do Brasil, chegamos a mais de 10 mil posições de trabalho no país, ocupadas por empreendedores, freelancers, profissionais autônomos e colaboradores de empresas. De 2015 para 2016, o aumento no total foi de 54%, o que confirma que a tendência de dividir o espaço de trabalho – e com ele ideias, serviços e muito mais – se tornou uma realidade cada vez mais presente aqui. Os números são do Censo Coworking Brasil de 2016, resultado de pesquisa realizada pelo Movebla e Ekonomio, em parceria com Coworking Brasil e com apoio do Seats2meet.
O Impact HUB foi um dos pioneiros no Brasil. A rede de inovação, que já existia em outros países, abriu sua primeira unidade brasileira em 2008, em São Paulo. Com cursos voltados a novidades em empreendedorismo, funcionava como uma incubadora de negócios – características que permanecem até hoje. Logo a ideia foi para outras capitais, incluindo Curitiba. Atualmente a empresa oferece planos que variam de R$140 a R$1.850 mensais e fechou 2016 com um faturamento de 1,7 milhão de reais.
O país tem hoje 378 espaços de coworking – segundo o Coworking Brasil. São Paulo é o maior mercado, com 148 unidades e crescimento de 56% sobre o número de coworkings em 2015. A quantidade de salas privadas aumentou também: em 2016 chegou ao total de 840 – um aumento de 588% em relação a 2015 – o que reflete a maior adesão de empresas ao modelo, além de profissionais autônomos e startups, que eram a maioria no início.
O Paraná aparece em quarto lugar no ranking de estados com mais negócios neste formato, com 34 coworkings (aumento de 70% em relação a 2015). Destes, 20 estão em Curitiba, com aumento de 150% em comparação com 2015. Um dos maiores coworkings da cidade, o Nex Coworking, foi fundado em 2011 na capital. Em 2014, abriu uma nova unidade, com 2 mil metros quadrados, que hoje tem 220 empresas e 350 profissionais. Em 2016 inaugurou também um espaço no Rio de Janeiro (RJ) e prevê que o faturamento chegue a R$ 4 milhões em 2017.
Tendências
Uma das principais tendências apontadas pelo Coworking Brasil para o futuro é de que os espaços precisarão oferecer as melhores ferramentas para que os coworkers possam ampliar o networking e ter mais sucesso em seus negócios. O objetivo é ajudar a promover um ecossistema favorável nestes ambientes, que devem funcionar como um ponto de encontro para o empreendedor.
Segundo especialistas, as experiências de sucesso não dependem apenas do espaço, mas de todos os envolvidos e suas interações. “Temos o papel estratégico de estimular e ajudar a articular, mas um ecossistema não tem um centro, depende de vários atores”, conclui Anderson Costa, do Coworking Brasil.
Muitas empresas de coworking também têm investido em salas privativas, para abrigar médias e pequenas empresas. O diretor do Nex Coworking, André Pegorer, comenta que por isso estão apostando em áreas maiores e estúdios privativos, porém sem deixar de privilegiar a interação. “Pensamos em espaços para equipes, tendência que vem se reafirmando. Não é mais apenas uma solução para quem está saindo do home office, mas também para grandes equipes e empresas, novas ou mais consolidadas”.
Segmentação
Embora a diversidade seja considerada um pilar destes ecossistemas, por outro lado, os especialistas consideram que focar em um nicho pode ser uma oportunidade, especialmente para “players” que têm possibilidade de fazer boas articulações. Nesse contexto estão os espaços segmentados, voltados para profissionais de uma mesma área profissional ou que reúnem toda a cadeia produtiva de um negócio ou mercado.
Este é o caso do Coworking Plano Forte, em Curitiba, que foi criado pelos proprietários da Construtora Plano Forte, e é voltado para profissionais de arquitetura, decoração e construção civil. “Quem atua neste segmento precisa construir uma rede ampla de relacionamentos e se manter atualizado constantemente. Trabalhar em um local dinâmico, que inspire criatividade é também fundamental. Por isso, buscamos unir tudo isso no nosso espaço”, diz Carla Boabaid, sócia-proprietária de ambos os negócios.
O coworking conta com uma sala de reuniões com showroom de revestimentos e outros materiais para especificação de projetos arquitetônicos e de interiores, e também um espaço para eventos, onde quinzenalmente, em média, são realizadas palestras e workshops voltados ao segmento, seguidos de coffee breaks ou happy hours.
Uma das salas do espaço é ocupada pelo escritório Ace Design, dos designers e decoradores Diego Ton e Bianca Lobo. Eles atuam com decoração, interiores, design de móveis e softwares relacionados. “Aqui vemos e conversamos com profissionais todos os dias e isso tem nos proporcionado maior visibilidade, trocas de experiências e novas possibilidades de negócio. Aprendemos muito uns com os outros e podemos formar diversas parcerias de trabalho”, avalia Lobo.
O Estúdio Invertido, também em Curitiba, se tornou um coworking especializado em artes gráficas em 2016. A empresa voltada para produção gráfica, especializada em letterpress, serigrafia, encadernação e acabamentos gráficos artesanais abriu postos de trabalho em sua sede, incluindo o uso dos espaços de produção e máquinas da empresa. Estão no local atualmente a editora e produtora de conteúdo Banquinho Publicações, a marca de camisetas Colophon, e a Igniscode, um estúdio de handmade design e tecnologias interativas de design e comunicação.
“Resolvemos abrir as portas para dividir o nosso espaço com outros profissionais envolvidos com design, produção de conteúdo e mercado criativo. Desde então, temos trocado muitas experiências e trabalhos com os coworkers. É um intercâmbio diário, que é extremamente benéfico para todos”, conta Téo Souto Maior, um dos sócios do Estúdio Invertido.
O designer e sócio da Igniscode, Vitor Leite, diz que ele e o sócio optaram pelo coworking porque o estúdio dispõe de ateliers de tipografia e letterpress, encadernação e serigrafia, o que vai de encontro com a forma em que desenvolvem seus projetos, mais focados em processos manuais. “Aqui temos a oportunidade de fazer contato com profissionais das áreas de criação, que visitam o estúdio e que acabam desenvolvendo trabalhos com a gente também. Ainda pudemos aprender técnicas com especialistas, além da oportunidade de usar equipamentos centenários, raros no Brasil”, comenta.
Outros coworkings segmentados foram abertos também no ano passado em Curitiba, como o Coworking Artesanal Bendita Colab, voltado para artesãos, e a Casa 102, que não tem apenas um foco de atuação, mas reuniu diversos produtores locais e abriga uma loja colaborativa para exposição de marcas curitibanas.
Sobre Coworking Plano Forte
O Coworking Plano Forte é um dos empreendimentos da Construtora Plano Forte, há mais de 15 anos no mercado de imóveis e construção civil de Curitiba. O espaço atende exclusivamente profissionais das áreas de construção civil, arquitetura, decoração, design e paisagismo, e conta com 18 workstations, duas salas de reunião, showroom de acabamentos com todos os tipos de materiais para especificação de projetos arquitetônicos e interiores, além de espaço gourmet para eventos e happy hours.
Serviço
Coworking Plano Forte
Rua Belo Horizonte, 56, Batel, Curitiba (PR)
http://www.planofortecoworking.com.br
(Imagens de: divulgação)
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