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HISTÓRIA DO PERFUME

Assim como a moda e maquiagem, a perfumaria também traduz parte da história do mundo. Viaje pelo mundo e conheça um pouco dessa arte.

O PERFUME:

A arte da perfumaria iniciou-se logo que o homem primitivo aprendeu a fazer o fogo e descobriu que certas plantas desprendiam fragrâncias agradáveis quando queimadas.
O nome “Perfume” deriva do latim “Per fumum” ou ” pro fumum“, que significa “através da fumaça”. Isso vem demonstrar a mais antiga aplicação da mistura de fragrâncias de plantas aromáticas, que eram utilizadas como oferendas.
Durante séculos, centenas de culturas desenvolveram atos simbólicos e religiosos onde plantas raras e resinas aromáticas, queimadas nos altares dos templos, eram oferecidas como sacrifícios, em busca do favor dos deuses. Com este objetivo eram utilizados o sândalo, a casca de canela, as raízes de cálamo e vetiver, bem como substâncias resinosas como mirra, incenso, benjoim e cedro do Líbano.
Poucas composições aromáticas da época foram transmitidas por escrito. Entretanto, uma está registrada no livro do Êxodo, capítulo 30. A composição utilizava quatro ingredientes naturais, muito empregados nos dias de hoje, mas de forma mais refinada: Mirra, Cássia, Cortiça de árvore de canela e Óleo de Cálamo aromático.

PERFUMARIA NO EGITO ANTIGO:
A exploração arqueológica das tumbas egípcias, como a de Tutankhamon, trouxe à luz a descoberta de resíduos de ungüentos perfumados, usados há mais de três mil anos.
Os egípcios descobriram que se uma substância aromática fosse mergulhada em óleo, este se tornava perfumado. Esta técnica de maceração (arte de obter-se um extrato perfumado mergulhando-se certas matérias-primas em óleo ou vinho durante um período que varia de semanas a meses) foi utilizada na preparação de oferendas simbólicas aos deuses, pois a fragrância no óleo perfumado durava mais tempo que o incenso. Eventualmente, os egípcios adotavam esses perfumes para uso pessoal.

A EXPANSÃO DA PERFUMARIA NO ORIENTE MÉDIO:
Os egípcios foram professores talentosos e divulgaram seus conhecimentos de perfumaria aos assírios, babilônios, caldeus, hebreus, persas e gregos. Cada cultura desenvolveu suas próprias variedades de fragrâncias, de acordo com os ingredientes disponíveis localmente.

A PERFUMARIA NA CHINA E NA ÍNDIA:
Desenvolvimento similar ao do Egito ocorreu ainda mais cedo na China. O almíscar foi empregado primeiramente na medicina e depois, por sua alta tenacidade e receptividade, em perfumes. A China foi, também, a primeira fonte de cânfora.
No mesmo período, a Índia tornou-se famosa pelo seu sândalo e por uma variedade de flores como rosa e jasmim. O sândalo era parte importante da arquitetura dos antigos templos hindus, juntamente com o vetiver. Estas madeiras eram colocadas principalmente nas portas de entrada, de onde o vento poderia levar e espalhar o perfume pelas salas. O sândalo era controlado pelo governo, ao contrário do almíscar, extraído de um animal, o veado almiscareiro, que quase foi extinto pela caça desenfreada.

A PERFUMARIA NO JAPÃO:
A perfumaria não pôde ser rastreada no Japão através da prática do Budismo, porém a queima de incenso foi introduzida no século V.
Inicialmente eram utilizadas madeiras, até que substâncias mais exóticas como âmbar, foram importadas.

A PERFUMARIA NA AMÉRICA:
Os Incas, os Maias e os Astecas costumavam queimar, como oferendas a seus deuses, grandes quantidades de incenso elaborado com resina e madeira. As folhas de tabaco também eram valorizadas por suas propriedades aromáticas.

A PERFUMARIA NA GRÉCIA ANTIGA:
Os gregos também se tornaram hábeis na arte da perfumaria. Além de óleos e ungüentos perfumados, fizeram e usaram grandes quantidades de águas aromáticas, utilizando largamente os cosméticos.

A PERFUMARIA ROMANA:
Quando a Grécia tornou-se parte do Império Romano, muitos dos conhecimentos gregos, suas habilidades e cultura foram adotados e aperfeiçoados pelos romanos. Anteriormente, o perfume era comumente usado em Roma, durante os funerais. Porém não demorou para que os romanos adaptassem seus costumes à nova cultura conquistada.
O Império Romano chegou a exceder-se na utilização de fragrâncias. Estandartes militares, obras de alvenaria, convidados, escravos, amantes, cachorros, navios e asas de pombas foram borrifados com águas aromáticas.
Tal abuso resultou numa grande transferência de moeda para terras produtoras de fragrâncias. Editais foram então publicados em Atenas e Roma proibindo a importação de perfumes estrangeiros e os perfumistas foram expulsos da cidade.

A INFLUÊNCIA CULTURAL DO ISLÃ:
Com a ascensão do Islã e a morte de Maomé em 632 DC, os muçulmanos levantaram-se para conquistar o norte da África e os países banhados pelo Mediterrâneo.
Assimilando o melhor do conhecimento dos gregos e romanos, o famoso químico Avicena desenvolveu o processo de destilação. Desta época em diante (1.150), pode-se dizer que nasceu a fabricação de óleos essenciais.

A PERFUMARIA NA EUROPA:
Enviados para resgatar Jerusalém dos muçulmanos, os cruzados voltaram com um novo grau de cultura, incluindo o prazer do banho e a perfumaria.
Em 1202 Veneza conquistou Constantinopla e, como consequência, apoderou-se da rotas no Mar Mediterrâneo para o Oriente. Assim iniciou-se a ascensão e a riqueza de Veneza, com o florescimento da indústria do perfume na Itália proporcionado pela transferência de conhecimento do Oriente para o Ocidente.
A Fragrância tornou-se parte integrante da vida das cidades mais prósperas.
Mudanças culturais ocorreram através das fronteiras da França, Itália e Espanha. No começo do século XVII, a Arte da Perfumaria expandiu-se no sul da França, onde as condições climáticas favoreceram o cultivo de flores, e as primeiras fábricas de perfumes aparecem.

(Imagem de: Le Sénéchal Perfumes; Texto by Coop, Edição especial)

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